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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Genealogias e curiosidades.

Inicialmente Gaia era a
divindade suprema, adorada
pelos povos agricultores
anteriores aos bárbaros
invasores que deram origem ao
povo grego. Ela é a deusa-mãe
de mil nomes, representação
do princípio universal doador e
nutridor da vida.
De Gaia foram gerados
espontaneamente Pontos (o
mar) e Urano (o céu), que
também a desposaram dando
origem a uma série de deuses.
De Pontos ela deu à luz a
deuses marítimos e de Urano,
aos titãs, gigantes, ciclopes e
Hecatoncheires. Certamente o
casamento de Gaia já
representa um extrato
mitológico posterior, onde a
deusa-mãe necessita do macho
para fazer algo que outrora
fora espontâneo.
Avançando mais na história,
vemos que Urano temia ser
destronado por um de seus
filhos, e baniu tantos os
ciclopes quanto os
Hecatocheires para o Tártaro.
Irritada com seu esposo, Gaia
incitou Cronos a derrotar seu
pai. Com uma pequena foice,
Cronos castrou seu pai e
tomou seu trono.
Neste ponto assistimos à
supremacia de Cronos sobre os
demais deuses. Cronos toma
sua irmã Réia como sua
esposa, que gera diversos
filhos. Porém, para escapar de
um fim igual ao que teve seu
pai, Cronos engole seus filhos
assim que eles nascem.
Enganada por sua esposa,
Cronos engole uma pedra ao
invés do bebê Zeus, que é
entregue aos cuidados de
ninfas para ser criado. Quando
este atingiu a maturidade,
investiu contra seu pai e
forçou-o a devolver seus
irmãos. Com a ajuda destes
Zeus derrotou os titãs e os
seres que a estes se
juntaram. Gaia apoiou os titãs
e gigantes na luta contra
Zeus. Toda essa disputa pode
ser entendida histricamente
como a luta entre duas
diferentes culturas no seu
processo de assimilação.
Porque Gaia, como vimos, era a
divindade de um povo
agricultor e o guerreiro Zeus,
montado em uma carruagem de
guerra e brandindo seu raio, a
divindade de povos nômades
bárbaros. Mesmo a
representação que hoje nos
chega de Cronos não é
consistente. Pois se de um
lado era um monstro devorador
de seus próprios filhos, a ele é
atribuído o reinado na Idade do
Ouro, da inocência e pureza.
Assim, Cronos cedeu lugar a
Júpiter, Oceano a Poseidon,
Hyperion a Apolo. Zeus dividiu
o domínio do mundo com seus
irmãos: Zeus ficou com o céu,
Hades com o mundo dos
mortos e Poseidon com os
mares. Zeus tornou-se assim o
rei dos homens e dos deuses.
AS ESPOSAS DE ZEUS
Como é sabido, antes da
chegada do deus invasor Zeus
às terras da Grécia, os povos
da região cultuavam divindades
ligadas ao ciclo lunar-vegetal,
no qual predominava a figura
de uma deusa-mãe. Para
subjugar essa religião
primitiva, a nova religião
precisou conceber o domínio de
Zeus sobre essas deusas, e o
deus passou a desposar
inúmeras divindades por todos
os recantos da terra. Dentre
as suas muitas esposas, abaixo
estão algumas das mais
famosas (com os filhos
gerados):
- Métis (Atenas);
- Têmis (As moiras, as Horas -
Thallo, Auxo e Karpo);
- Dione (Afrodite);
- Mnemosyne (As musas);
- Eurynome (As graças);
- Deméter (Perséfone);
- Leto (Apolo e Ártemis);
- Hera (Ares, Hefestos, Hebe,
Eileithyia).
Este é o caso, por exemplo de
seu casamento com Deméter,
que originou Perséfone. Como
divindades agrícolas de tempos
anteriores à chegada dos
povos que subjugaram os
primitivos agricultores, ambas
não possuíam maridos.
Deméter era a representação
do caráter de fertilização e da
colheita dos campos inerente à
deusa-mãe. Perséfone, filha da
colheita, apresentava o
mistério do ciclo das plantas,
passando parte do ano sob a
terra e parte do ano no mundo
superior, sendo ela própria o
grão do trigo. Na mitologia
olímpica, Perséfone foi raptada
por Hades e tornou-se sua
esposa nos infernos.
MAIS GENEALOGIAS...
- Em uma tradição, de Caos
nasceram Eribus e Nyx. Destes
nasceram Aether (os céus),
Hemera (o dia), Tânatos (a
Morte) e Hypnos (o Sono). Em
outra, Caos é o pai de Gaia (a
terra), Tártaro (o mundo
inferior) e Eros (o amor).
- Pallas, filho dos Titãs Crius e
Eurybia, casou-se com Styx, o
filho mais velho de Oceano e
Tétis (um dos oceanidas).
Deste casamento resultaram
Zelos, Kratos, Bia e Nike.
- Perses, irmão de Pallas, e sua
esposa, Asteria (uma das 50
filhas de Danaus, neto de
Poseidon), geraram Hécate.
- Dos oceanidas, temos que
Aquelôo é o pai das Sirenas
(criaturas com corpo de
pássaros e cabeça de mulher).
Asopus é o pai de Aegina e
Ismene. Amphitrite desposou
Poseidon e deu à luz Tritão. De
Proteus, o velho do mar,
descende Eidothea. De Doris,
que casou com Nereu (filho de
Pontos, nasceram as Nereidas.
Pleione ,cujo marido era Atlas,
foi a mãe das Hêiades e das
sete Plêiades.
- Seguindo a linha anterior,
Zeus teve com Aegina um filho
chamado Aeacus, que casou-se
com Endeis e gerou Peleus e
Telamon.
- Phorcys e Ceto tiveram três
filhas, Euryale, Sthenno e
Medusa, que ficaram
conhecidas como górgonas.
- Dos ventos, Zéfiro (o vento
Oeste) é o pai de Xanthus e
Balios, e Boreas (o vento
Norte) é o pai de Zetes e
Calais.
- Acrisius, rei de Argos,
descende de Abas e Okaleia,
era é irmão de Proetus. Casou-
se com Eurídice e teve como
filha Danae. Danae concebeu o
famoso Perseu de Zeus,
transmutado em uma chuva de
ouro. Perseu casou-se com
Andrômeda, filha de Cepheus e
Cassiopéia.

Krakken


O Krakken era uma espécie de
lula ou polvo gigante que
ameaçava os navios no folclore
nórdico. Este cefalópode tinha
o tamanho de uma ilha e cem
braços, acreditava-se que
habitava as águas profundas
do Mar da Noruega, que separa
a Islândia das terras
Escandinavas, mas poderia
migrar por todo o Atlântico
Norte. O Kraken tinha fama de
destruir navios, mas só
destruía aqueles que poluíam o
mar e navios de piratas.
O Krakken também pode ser
visto na mitologia grega como
um polvo gigante com membros
humanoides com uma armadura
empenetravél e que habitava
uma caverna submersa. As
histórias de Krakkens tinham
fundamento, tal como muitas
outras histórias de seres
fantásticos, numa má
observação da fauna, no caso
dos Krakken provavelmente em
ataques de lulas gigantes ou
lulas colossais. Um bom
exemplo dessa teoria são as
sereias, cujos responsáveis são
os registos visuais de
dugongos e focas de longe, em
nevoeiros.
O Krakken era uma criatura
tão temida pelos marinheiros
quanto as ferozes Serpentes
Marinhas.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Futuras pesquisas...

lestrigões

LEVIATÃ E BEHEMOTH


O Leviatã é uma criatura, geralmente de grandes proporções, bastante comum no imaginário dos navegantes europeus da Idade Moderna. Há referências, contudo, ao longo de toda a história, sendo um caso recente o do Monstro de Lago Ness.


No Antigo Testamento, a imagem do 'Leviatã é retratada pela primeira vez no Livro de Jó, capítulo 41. Sua descrição na referida passagem é breve. Uma nota explicativa revela uma primeira definição: "monstro que se representa sob a forma de crocodilo, segundo a mitologia fenícia" (Velho Testamento, 1957: 614). Não se deve perder de vista que nas diversas descrições no Antigo Testamento ele é caracterizado sob diferentes formas, uma vez que funde-se com outros animais.
O Livro de Jó, capítulos 40 e 41, aponta a imagem mais impressionante do Leviatã, descrevendo-o como o maior (ou o mais poderoso) dos monstros aquáticos. No diálogo entre Deus e Jó, o primeiro procede a uma série de indagações que revelam as características do monstro, tais como "ninguém é bastante ousado para provocá-lo; quem o resistiria face a face? Quem pôde afrontá-lo e sair com vida debaixo de toda a extensão do céu? ....Quem lhe abriu os dois batentes da goela, em que seus dentes fazem reinar o terror?...... Quando se levanta, tremem as ondas do mar, as vagas do mar se afastam. Se uma espada o toca, ela não resiste, nem a lança, nem a azagaia, nem o dardo. O ferro para ele é palha, o bronze pau podre" (Bíblia Sagrada, 1957: 656). Ao lado do Leviatã, no capítulo 40 do livro de Jó, aparece o Behemoth[9], vigoroso e musculoso animal terrestre, "sua força reside nos rins e seu vigor no músculo do ventre. Levanta sua cauda como (um ramo) de cedro, os nervos de suas coxas são entrelaçados; seus ossos são tubos de bronze, sua estrutura é feita de barras de ferro" (Bíblia Sagrada, 1957: 654).
A origem histórico-mitológica de tais animais descritos na Bíblia é uma questão um tanto obscura. Ambos animais têm sido associados a algumas sagas, o leviatã talvez esteja associado ao "Tiamat", uma divindade da saga da Babilônia. O que interessa, no entanto, é não se ater às diferentes opiniões a respeito desses animais que aparecem na Bíblia Hebréia, uma vez que os historiadores e teólogos da Bíblia não os relacionam ao mito político ao qual Hobbes se refere (Schmitt, 1938: 6).

Não obstante diferentes interpretações, o Leviatã aparece na Bíblia sob a forma do maior dos animais aquáticos, como um crocodilo ou então na forma de um enorme peixe, uma baleia. O behemoth, como animal terrestre representado sob a forma de um hipopótamo.

Na União do céu e do inferno, William Blake escreveu:

"Debaixo de nós nada mais se via senão uma tempestade negra, até que, olhando para oriente, entre as nuvens e as vagas, divisamos uma cascata de sangue misturado com fogo, e próximo de nós emergiu e afundou-se de novo o vulto escamoso de uma serpente volumosa. Por fim, a três graus de distância, na direcção do oriente, apareceu sobre as ondas uma crista incendiada: lentamente elevou-se como um recife de ouro, até avistarmos dois globos de fogo carmesim, dos quais o mar se escapa em nuvens de fumo. Vimos então que se tratava da cabeça do Leviatã a sua fronte, tal como a do tigre, era sulcada por listras de verde e púrpura. Em breve vimos a boca e as guelras pendendo sobre a espuma enfurecida, tingindo o negro abismo com raios de sangue, avançando para nós com toda a fúria de uma existência espiritual."

FURIAS GRECO ROMANAS



As Erínias, deusas violentas e temíveis que confrontavam os demais deuses e eram temidas inclusive pelo todo-poderoso Zeus, número 1 do Olimpo, descenderam, elas próprias, de um ato trágico e violento: Cronos, o Titã Deus grego do tempo, era filho de Urano (Céu) e de Gea (Terra), e irmão dos titãs. Gea pediu ao filho Cronos que cortasse os testículos de Urano, seu pai, com uma foice que ela mesma arranjou para praticar a atrocidade.
Cronos cortou os testículos de Urano e, das gotas de sangue que se esvaíram, nasceram as Erínias que, mais tarde, seriam reconhecidas pelas crueldades. Esse é o mito grego. Os romanos incorporaram muitos mitos e deuses da Grécia. Mas, ao fazê-lo, em muitos casos, renomearam os deuses e os trataram como se fossem criações suas. As Erínias, no mito romano, transformaram-se nas Furias e, para a Roma Antiga, essas deusas, na verdade, designavam os gênios do mal dos infernos latinos. A partir daí, 'furias' passou a indicar também a própria emoção violenta (ou comoção) a que chamamos de 'fúria' e, por consequência, derivou o verbo 'furere' (enfurecer).