Nereu é representado como um velho doce e pacífico, cheio de justiça e moderação. Hábil advinhador, predisse a Paris as desgraças que o rapto de Helena trariam sobre a sua pátria, e ensino a Hércules onde estavam os pomos de oirto que Eurystheu lhe ordenará ir buscar.
A sua morada ordinária é o mar Egeu, onde está cercado de suas filhas, que o divertem com danças e cantos.
As Nereidas são representadas como belas raparigas , com a cabeleira entrelaçada de perolas. Caminham sobre delphis ou cavalos marinhos , e tem na mão , ora um tridente , ora uma coroa, ora um Victoria , ora um galho do coral. Algumas vezes representam-nas meio mulheres meio peixes.
Posêidon (para os gregos) ou Netuno (para os romanos), filho de Saturno e de Rhea era irmão de Júpiter e de Plutão, governa o seu império com uma calma imperturbável. Do fundo do mar em que está sua tranqüila morada, sabe tudo quanto se passa na superfície das ondas. Se por acaso os ventos impetuosos espalham inconsideradamente as vagas sobre as praias, causando injustos naufrágios, Poseidon aparece, e com a sua nobre serenidade faz reentrar as águas no seu leito, abre canais através dos baixios levanta com o tridente os navios presos nos rochedos ou encalhados nos bancos de areia, em uma palavra, restabelece toda a desordem das tempestades.
O ruído do mar, a sua profundidade misteriosa, o seu poder, a severidade de Poseidon que abala o mundo, quando com o tridente ergue os enormes rochedos, inspiram à humanidade um sentimento mais de receio do que de simpatia e de amor. O deus parecia dar por isso, todas as vezes que se apaixonava de uma divindade ou de uma simples mortal.
Posêidon era um dos deuses mais venerados na Grécia e na Itália, onde possui grande número de templos, sobretudo na vizinhança do mar; tinha também as suas festas e os seus espetáculos solenes, sendo que os de Corinto e os do Circo de Romana eram-lhe especialmente consagrados sob o nome de Hippio. Independente das Netunas, festas que se celebravam no mês de Julho, os Romanos consagravam a Netuno todo o mês de Fevereiro.
Geralmente representado nu, com uma longa barba, e o tridente na mão , ora sentado, ora em pé sobre as ondas, muitas vezes em um carro tirado por dois ou quatro cavalos, comuns ou marinhos, cuja parte inferior do corpo termina em cauda de peixe.
Quando, por uma noite calma de primavera ou de outono, o marinheiro deixa vogar docemente o barco perto das margens, nas paragens semeadas de rochedos ou de escolhos, ouve ao longe, no marulho das ondas, o gorjeio das aves marinhas.
Esse gorjeio, entrecortado às vezes por gritos estridentes e zombeteiros, sobe aos ares e passa invisível com um estranho sibilo de asas, por cima da cabeça do marinheiro atento, dando-lhe a ilusão de um concerto de vozes humanas.
A sua imaginação, então, lhe representa grupos de mulheres ou de raparigas que se divertem e procuram desviá-lo do seu caminho.
Desgraçado dele si se aproxima do lugar em que a voz parece mais clara, isto é, dos rochedos à flor d’água onde, para as aves marinhas a pesca é frutuosa: infalivelmente o seu barco se quebrará e se perderá entre os escolhos.
Tal é , sem dúvida, a origem da fabula das Sereias; mas a imaginação dos poetas criou-lhes uma lenda maravilhosa.
As sereias eram filhas do rio Acheló e da musa Calliope. Ordinariamente contam-se três: Parthenope, Leucosia e Ligea, nomes gregos que evocam as ideias de candura, de brancura e de harmonia. Outros dão-lhes os nomes de Aglaophone, Thelxiepe e Pisinoe, denominações que exprimem a doçura da sua voz e o encanto das suas palavras.
Conta-se que no tempo do rapto de Proserpina, as Sereias foram à terra de Apollo, isto é a Sicília, e que Céres, para puni-las de não haverem socorrido a sua filha, mudou-as em aves.
Ovídio, ao contrário, diz que as Sereias, desoladas com o rapto de Proserpina, pediram aos deuses que lhes dessem asas para que fossem procurar a sua jovem companheira por toda a terra. Habitavam rochedos escarpados sobre as margens do mar, entre a ilha de Capri e a costa da Itália.
O oráculo predissera às Sereias que elas viveriam tanto tempo quanto pudessem deter os navegantes à sua passagem: mas desde que um só passasse sem para sempre ficar preso as encanto das suas vozes e das suas palavras, elas morreriam. Por isso essas feiticeiras, sempre em vigília, não deixavam de deter pela sua harmonia todos os que chegavam perto delas e que cometiam a imprudência de escutar os seus cantos. Elas tão bem os encantavam e os seduziam que eles não pensavam mais no seu país e na sua família, em si mesmos; esqueciam de beber e de comer, e morriam por falta de alimento. A costa vizinha estava toda branca dos ossos d’aqueles que assim haviam perecido.
Entretanto, quando os Argonautas passaram nas suas paragens, elas fizeram voas esforços para atraí-los. Orpheu, que estava embarcado no navio, tomou a sua lira e as encantou a tal ponto que elas emudeceram e atiraram os instrumentos ao mar.
Ulisses, obrigada a passar com o seu navio diante das Sereias, mas advertido por Circe, tapou com cera as orelhas de todos os seus companheiros, e se fez amarrar, de pés e mãos , a um mastro. Além disso, proibiu que os desligassem se, por acaso, ouvindo a voz das Sereias, ele exprimisse o desejo de parar. Não foram inúteis as suas precauções: Ulisses mal ouviu as suas doces palavras e suas promessas sedutoras, apesar do aviso que recebera e da certeza de morrer, deu ordem aos seus companheiros que o soltassem, o que felizmente eles não fizeram. As Sereias, não tendo podido deter Ulisses, precipitaram-se no mar, e as pequenas ilhas rochosas que habitavam, defronte do promontório da Lucarnia, foram chamadas Sirenusas.
As Sereias são representadas ora com cabeça de mulher e corpo de pássaro, ora com todo o busto feminino e a forma d’ave , da cintura até os pés. Nas mãos teem instrumentos: uma empunha uma lira, outra duas flautas, a terceira gaitas campestres ou um rolo de musica, como para cantar. Também pintam-nas com um espelho. Não há nem um autor antigo que nos tenha representado as Sereias como mulheres peixes.
Apesar de temíveis ou perigosas, as Sereias não deixaram de participar das honras divinas; tinham um templo perto de Sorrento.


SEREIAS OU NEREIDAS
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